quarta-feira, 29 de março de 2017

#PorQueMulher Não pode ter um pênis + Resenha de As Espiãs do dia D de Ken follet

Vamos falar sobre feminismo, mas o que isso tem haver com os livros?
Muito! 
Porque fiz esse post junto com a resenha deste livro?
Vocês já vão entender.

Esse livro do Ken Follet despertou minha atenção sobre o tema 'feminismo' devido a missão envolvendo só mulheres, e uma das integrantes dessa missão é uma drag queen chamada Greta.
Uma coisa que eu queria dizer é que Drag queen não é o mesmo que transexual. 

Drag queen - Um homem ou mulher que se fantasia de algo que eles querem homenagear, tal fantasia são apenas para seus shows noturnos e eles ganham dinheiro com isso.
Transexual - Um homem ou mulher que nasceu com sexo biológico  diferente do que ele acredita ser. Nem sempre uma pessoa trans, muda seu corpo para parecer mais homem ou mais mulher.

A transexualidade é entendida da seguinte forma, seu órgão reprodutor não te faz homem ou mulher.  Exemplo: Um homem está andando na rua e é atropelado, ao chegar no hospital descobrem que sua genitália fora arrancada  (só um exemplo tosco), esse homem por ter perdido o pênis se tornou agora uma mulher? Não, né minha gente, da mesma forma são as Trans.
A imagem nos ajuda a entender:

Sua cabeça: Te diz qual seu gênero, se você é homem ou mulher, menino ou menina, ou até mesmo nenhuma das opções, sim existem pessoas Não binárias que não se identificam nem como homem, nem como mulher.

Seu corpo: A pessoa expressa através de seu corpo ou vestimenta a forma como ela se sente mais a vontade de acordo com o gênero que ela se identifica. Uma mulher hétero, pode se vestir mais masculinizada sem perder sua feminilidade porque se acha mais atraente assim, da mesma forma uma mulher com sexo biológico masculino, pode manter seu corpo e aparência mais masculinizada por se achar mais bonita assim, da mesma forma como também pode transformar seu corpo e até fazer a cirurgia de resignação sexual. Vai de pessoa para a pessoa. Cada um tem um gosto.

Seu coração: Uma forma figurada para dizer que quem te atrai sexualmente não importa nada com o que falei antes. Sim, existem mulheres com um pênis que gosta de outra mulher, ( isso seria um casal hétero, mas vimos que ser homem e mulher está na cabeça) logo temos uma casal lésbico, sendo uma trans. Ou seja, seu coração diz se você é hétero, bi, gay ou assexual. 

Pênis ou vagina - Um órgão do corpo que não especifica se a pessoa é homem ou mulher. 


Outro assunto é a homofobia, deixo apenas essa tira que expressa muito melhor que muitas palavras:


Depois de tanta informação  me veio na cabeça #PorQueMulher não aparece nos livros de história? Assim como Ken Follet nos mostra que houve um grupo só de mulheres lutando contra o nazismo, eu pensei deveria ter existido mais mulheres que também lutaram em guerras e fizeram coisas importantes e que hoje não tiveram nenhum reconhecimento. Infelizmente num mundo machista as mulheres para ganhar fama inclusive na literatura precisam se passar por homem para fazerem algo que querem, vejamos um exemplo:

Elisa Bernerström 
A sueca se vestiu de soldado para poder reforçar o exército na guerra contra a Rússia em 1808 e 1809  O disfarce foi descoberto, mas Bernerström foi elogiada por sua bravura.

Shabana Basij-Rasikh Shabana 
tinha seis anos quando o Talibã proibiu a educação de meninas no Afeganistão na década de 1990 Passou a se vestir como menino e durante cinco anos arriscou sua vida em roupas masculinas para frequentar uma escola secreta, levando livros em sacolas de feira.
“Meus pais sabiam que estavam arriscando nossas vidas ao nos enviar para uma escola secreta. Mas era muito mais difícil para eles imaginar suas filhas crescerem sem educação.” Shabana Basij-Rasikh em entrevista à Reuters

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/16/As-hist%C3%B3rias-das-mulheres-que-precisaram-se-passar-por-homens-para-fazer-o-que-queriam

© 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.

“Meus pais sabiam que estavam arriscando nossas vidas ao nos enviar para uma escola secreta. Mas era muito mais difícil para eles imaginar suas filhas crescerem sem educação.” Shabana Basij-Rasikh em entrevista à Reuters

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/16/As-hist%C3%B3rias-das-mulheres-que-precisaram-se-passar-por-homens-para-fazer-o-que-queriam

© 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
 “Meus pais sabiam que estavam arriscando nossas vidas ao nos enviar para uma escola secreta. Mas era muito mais difícil para eles imaginar suas filhas crescerem sem educação.” Shabana Basij-Rasikh em entrevista à Reuters

Charlotte Brontë
No século 19, quando autores não saiam pelo mundo fazendo turnês de autógrafos, nem tinham uma foto 3x4 estampando orelhas de livros, a britânica Charlotte Brontë publicava suas obras assinadas com outro nome - masculino. Ela temia que seus livros fossem mal recebidos por serem escritos por uma mulher. “Jane Eyre”, sua obra mais famosa, foi assinada por um Currer Bell. Anos mais tarde, as irmãs de Brontë, Emily e Anne, adotaram a mesma prática, e viraram Ellis e Acton em capas de exemplares. As três publicaram uma coleção inteira de poesia com os pseudônimos masculinos. 

Mary Ann Evans
Pelos mesmos motivos que Brontë, a escritora Mary Ann Evans publicou seus seis primeiros romances como George Eliot. “Middlemarch”, seu romance mais conhecido, de 1872, é considerado uma grande obra literária. Mas pseudônimos não eram uma invenção da época e nem ficaram relegados ao século 19.

 J.K. Rowling 
Antes de se tornar responsável por um dos livros mais lidos do mundo, optou por assinar “Harry Potter” apenas com suas iniciais, tendo em mente o fato de que seu público seria constituído na maior parte por garotos.

Agatha christie
Não poderia ter esquecido dela <3 Além de genial, lançou inúmeros livros famosíssimos, porém também teve que se passar por homem para publicar seus romances policiais.


 Sobre o Livro: 

 

Titulo: As espiãs do Dia D
Nome original: Jackdaws
Págs: 440
Escritor: Ken Follet
Editora: Arqueiro
Terceira pessoa

 

França, Maio de 1944, 
tomada pelos alemães nazistas com a expansão do Terceiro Reich
 durante a segunda guerra mundial.
 
Felicity ou Flick, como é chamada pelos amigos, é uma espiã britânica da Executiva de Operações Especiais, nós quase não ouvimos falar dessa instituição, mas ela existiu de verdade no período da Guerra. A Executiva foi criada por Winston Churchill, em 1940. Sua missão era encorajar e facilitar a espionagem e a sabotagem atrás das linhas inimigas, e servir como núcleo das Unidades Auxiliares, um movimento de resistência contra a possível invasão do Reino Unido pela Alemanha Nazista.
Ken follet utiliza três personagens, os quais são intercalados entre os capítulos para construir sua história que por sinal é baseada em fatos reais e sua escrita é em  terceira pessoa.


Vamos ao Resumo:

Felicity e seu marido junto com uns gatos pingados foram para um ataque direto em uma base telefônica central que daria grandes perdas na comunicação alemã durante um tempo, mas as coisas não sai como planejado e Michael, esposo de Felicity, é baleado e os outros aliados dizimados.

"A executiva de Operações Especiais dispunha de costureiras e alfaiates franceses que faziam roupas ao estilo sua terra natal (e que depois consumiam horas dando a essas mesmas roupas um aspecto mais velho... para que passassem despercebidas na guerra)." - pág. 20
 Depois desse fiasco, flick tem nove dias para formar uma equipe só de mulheres e entrar no palácio  (o qual é a telefônica alemã) sob o disfarce de faxineiras.
A central telefônica é o coração da gestapo na França e sem ela a invasão das tropas Aliadas seria facilitada uma vez que a comunicação com a Alemanha ficaria perdida.
 Essas recrutas (ao menos uma das..), no entanto deveria envolver alguém que tivesse conhecimentos  em telefonia. Segue a lista das recrutas:

Felicity "Flick" Clairet - Ela é o membro mais experiente da resistência (sendo casada com um de seus líderes) e tem tomado mais missões do que qualquer agente

Mademoiselle Lemas - simpatizante da resistência francesa

Ruby Romain - uma prisioneira anglo-francesa que é uma verdadeira favelada e sem educação, no entanto astuta, resistente e sabe usar uma arma.

Diana Colefield  (Filha do patrão da mãe de Flick, cresceu com Flick) - uma aristocrata desajeitada, mimada e faz o que bem entende, mas uma mulher brilhante e usa uma arma perfeitamente. (É expulsa da missão após cair numa pegadinha que Flick armou para testar a lealdade das parceiras).

Maude Valentine - Uma namoradeira, uma mentirosa e sonhadora anglo-francesa. Ela só quer ver Paris.

Lady Denise Bowyer - Outra aristocrata embaraçosa, recrutada por um colega de Flick que só estava tentando roubar crédito de sua equipe.

Geraldine "Jelly" Knight - especialista canadense em explosivos, a mais velha dos Jackdaws. Amiga de Paul que é o superior de Flick.

"Greta Garbo" (Gerhard) - um engenheiro de telefone anglo-alemão e drag queen, sofreu muito nas mãos dos nazistas. Fora ordenado a se manter parecido com mulher até que a missão acabasse.

Em um curto período de tempo elas são treinadas em armas e aprendem a saltar de paraquedas e partem para a missão.

Vamos a opinião: 

     É um ótimo livro, no entanto não foi um amor como achei que fosse, foi o primeiro livro que li de Ken Follet, e consegui entrar dentro da história, vivi ela, mas confesso que eu demorei mais tempo que deveria para ler este livro. Eu juro que não consigo dizer se amei o livro, mas a história, a escrita me agradou muito por sinal... É complicado... Talvez porque a leitura é um pouco densa (não disse maçante). Mas o enredo me fez pensar muito por isso esse post gigante.
De cinco estrelas dou: 4

19 comentários:

  1. Ameeei seu post, é muito importante falarmos sobre feminismo e explicar certas coisas. Adorei o gancho no livro do Ken Follet, eu não sabia que havia uma personagem drag queen. Eu li do autor a trilogia O Século, uns calhamaços rs, que também retratam essa época e tem personagens femininas muito fortes. Você deveria ler, mas se for fazer isso se prepara porque são livros bem densos também. beijos

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  2. Eu acho que a mulher está conquistando um pedacinho de espaço maior a cada dia, não só na literatura. E adorei a parte que você falou sobre os gêneros, muita gente nem entende ainda

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    1. Verdade, as vezes algumas pessoas ofendem alguém sem querer, justamente por não conhecer o próximo. E que o padrão é um mundo excludente. Logo, quem é excluido da padronização é tido como diferente, estranho e bizarro, embora tais questões de gênero, nem é devido a isso e sim ao ferimento do machismo mesmo. Ninguém liga se é pecado ou não, isso só é uma desculpa para ofender.

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  3. Olá!
    Adorei sua resenha e ainda mais interligando uma coisa na hora e que no final deu super certo. Eu não imaginava que neste do Ken havia um personagem drag queen. Fiquei muito curiosa para conhecer esta história.
    E sobre nós mulheres, estamos cada vez mais conquistando espaço neste mundo tão conservador.

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    1. É um personagem normal como qualquer outro, um pouco menos visado para falar a verdade só aproveitei a deixa para desabafar um pouco kkkk

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  4. Sobre mulheres que se vestem de homens para ir a guerra, não precisamos ir tão longe. Dona maria Quitéria fez isso para lutar pela independência do brasil. A Mary Del Priori tem alguns livros sobre História das mulheres, mas realmente é mais difícil encontrar vestígios da participação delas na História, primeiro porque em muitas sociedades por muito tempo, a educação das mulheres não incluía saber ler e escrever, então o que se sabe delas era o que os homens queriam que elas fossem. Hoje em dia tem mais coisas porque a arqueologia evoluiu bastante, porque a História desenvolveu mais metodologias de estudo, como a micro história e a iconologia, sem falar que as próprias mulheres foram vencendo as barreiras e conquistaram o direito de serem intelectuais. (foi mal se falei muito kkk sou historiadora)

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    1. pode falar ainda mais se quiser adorei a aula. Sempre é bom aprendermos algo <3
      Mas que existe muitas mulheres famosas até por esse feito existe, mas elas não são tão famosas quanto o homem. Sei lá. Parece que para a mulher entrar na historia ela tem que quase fazer um pacto com satanás, enquanto o homem consegue de mão beijada.

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  5. Feminismo é um movimento político, filosófico e social que defende a igualdade de direitos entre mulheres e homens.é importante receber informações certas do que o movimento feminista se trata para não tornar a bandeira de tantas em um mero achismo de post no facebook, o segredo e se informar sempre e seu post foi muito legal e informativo, beijos

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  6. Gostei imenso do teu post! Hoje em dia precisamos ainda bastante do feminismo! Precisamos de afirmar a necessidade de igualdade de géneros para que cada vez mais mulheres sejam levadas a sério sem terem de se fazer passar por homens para terem o reconhecimento merecido!
    Quanto ao livro, sinceramente não faz muito o meu género mas adorei a tua review! Muito bom mesmo :)

    Beijinhos,
    Mii
    Comic Life Blog

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  7. Puxa, quanta coisa que não conhecia! Gostei bastante das curiosidades, principalmente a informação de que Agatha Christie já assinou suas obras com nomes masculinos. Vou buscar mais detalhes sobre isso.

    Sobre a resenha, não li o livro e esse tal de Ken Follet é bastante renomado pela densidade de suas obras.

    Ta aí um autor que certamente lerei alguma coisa dele!

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  8. Olá, primeiramente parabéns pela ótima resenha abordando um tema muito importante, ainda não li essa série mas espero muito ler em breve!

    Bjs

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  9. Olá, tudo bem?

    Essa questão de identidade é realmente muito complicada. Algumas pessoas ainda se sentem bem confusas em relação a quem são e o que gostam e isto é muito errado. Cada pessoa deveria ter a oportunidade de viver da forma que lhe agrada, sem ter nada tentando lhe mudar. O pior mesmo é quando a pessoa sente ódio de si mesma, pois foi ensinada que ser de determinada maneira é errado, é pecado.
    Sobre o livro, acho que chamou minha atenção na dose certa, seria algo que leria pelo tema que me agrada muito. Parabéns pelo post maravihoso!

    Beijos!

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  10. Olá, tudo bem?
    Já vi muitos comentários positivos sobre esse livro, mas essa é a primeira resenha que eu realmente parei pra ler.
    Antes, devo dizer que adorei a introdução, eu sou dessas que as vezes faz confusão, então achei o post muito explicativo.
    E gostei bastante da premissa do livro, pode ser que eu leia sim.
    Abraços!

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  11. Adorei o post, acredito que o respeito seja o princípio básico para convivência, independente da opção da pessoa, RESPEITO é o que deveria regrar nossas vidas. Todo mundo tem direito a fazer o que lhe convém com sua vida, preconceito não está com nada!

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  12. Simplesmente adorei o seu post. Principalmente quando argumenta sobre porque não mulher ter um pênis, Abre os nossos olhos para que existem mulheres que nasceram biologicamente homens. Achei muito interessante também o fato como você descreveu sobre essas mulheres guerreiras que passaram por cima de muitas coisas para atingir os seus objetivos. E claro, realmente a sua postagem tem tudo a ver com a sua resenha, Por que coloca uma mulher numa posição muito importante inclusive em tempo de guerra. Demonstra o poder feminino e a interessante como você descreve que poder feminino não é necessariamente aquela que nasce mulher mas aquela que é mulher por dentro ou por fora. Parabéns pelo post, beijos Thatá

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  13. Já vi esse livro faz um tempinho e me senti interessado em ler porque justamente me chamou atenção a palavra "espiãs". Confesso que já li tanta coisa sobre mulher em livros de história que fico até chocado pela grande atuação da mulher momentos importantes. Esse é um dos livros que com certeza.

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  14. Oi!
    Já tinha visto esse livro mas nunca tinha parado para ler uma resenha mais aprofundada sobre questões de gênero envolvidas na obra.
    Adorei sua posição, faltam mesmo histórias com mulheres fodonas, eu ultimamente só leio fantasias assim, pois o machismo é algo que realmente aparece naquelas terras fantasticas.

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